domingo, 19 de julho de 2009





Eu já me perguntei se o tempo poderá realizar meus sonhos e desejos, será que eu já não sei por onde procurar ou todos os caminhos dão no mesmo e o certo é que eu não sei o que virá só posso te pedir que nunca se leve tão a sério nunca se deixe levar, que a vida é parte do mistério, é tanta coisa pra se desvendar

Por tudo que eu andei e o tanto que faltar, não dá pra se prever nem o futuro, o escuro que se vê quem sabe pode iluminar os corações perdidos sobre o muro e o certo que eu não sei o que virá, só posso te pedir que nunca se leve tão a serio, nunca se deixe levar que a vida, a nossa vida passa e não há tempo pra desperdiçar.

(Todos os Caminhos - Lenine/Dudu Falcão)


Imagem: http://www.aleac.ac.gov.br/aleac/edvaldomagalhaes/images/stories/caminhos.jpg

Tentando voltar...


Faz dois anos que escrevi minha última crônica.

Durante esse tempo todo, foi como se algo tivesse me abandonado. As idéias sumiram, minha imaginação se escondeu. As palavras, com quem eu andava como de mãos dadas, me abandonaram. Ou fui eu quem as abandonou?

Não sei ao certo.

O que sei hoje é que preciso retomar o velho hábito. De colocar os sentimentos e pensamentos no papel ( ou na tela...), para que eles se tornem mais palpáveis, consistente e, por que não, reais.

Fui assistir o monológo "Simplesmente eu.", com Beth Goulart interpretando Clarice Lispector. O espetáculo, o texto, a interpretação, me atingiram no estômago.

É obvio que não tenho pretensão de escrever como Clarice, nem mesmo de longe. O que me atingiu foi a descrição da relação dela com as palavras. Escrever era visceral, tão necessário como respirar, comer ou dormir. As vidas que nasciam, as pessoas e histórias, além dos seus sentimentos e pensamentos, precisavam sair e ganhar o mundo.

E ela respeitava o desejo das palavras que se formavam dentro dela. Mas se não respeitasse, creio que enlouqueceria. Por isso as palavras eram tão companheiras de Clarice.

Essa é uma sensação libertadora, saber que as palavras estao ao seu lado, ou dentro de você, apenas aguardando o momento de se materializarem.

E é essa sensação que quero de volta, minhas amigas palavras de volta, dentro e fora de mim.

Imagem: http://www.boemiaclube.com.br/documents/papel%20e%20caneta.jpg