Esta manhã as nuvens estavam acinzentadas.
E o céu, tão próximo, claustrofóbico.
A chuva teimava em não cair, diferente daquela dentro de mim.
Represada, não encontra o lugar certo para escoar.
Chove aqui dentro, torrencialmente.
Às vezes tento simplesmente dissipar as nuvens, com artifícios que simulam o forte vento.
Isso não consegue mandá-las para muito longe. A chuva continua.
Todos os cantos estão úmidos e sinto que minhas paredes não suportarão por muito tempo a enchente.
É tanta água que daria para regar centenas de jardins.
É tanta água que matou sementes que poderiam ter florescido, se eu tivesse aprendido como parar de chover.
Agora o sol está lá fora, as nuvens se foram e o céu retomou seu devido lugar, longe, alto, libertador.
Mas aqui dentro o barulho ainda é de chuva no telhado.
E a previsão: muita nebulosidade durante todo o período.
Oxalá toda essa chuva se transforme no sal das lágrimas,
e eu consiga (queira) logo entardecer como o dia, claro, brilhante e solar...
Um comentário:
Espero que o Sol interior volte a brilhar bem rápido
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