quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Chuva

Esta manhã as nuvens estavam acinzentadas. 
E o céu, tão próximo, claustrofóbico.

A chuva teimava em não cair, diferente daquela dentro de mim.
Represada, não encontra o lugar certo para escoar.

Chove aqui dentro, torrencialmente.
Às vezes tento simplesmente dissipar as nuvens, com artifícios que simulam o forte vento.
Isso não consegue mandá-las para muito longe. A chuva continua.

Todos os cantos estão úmidos e sinto que minhas paredes não suportarão por muito tempo a enchente. 
É tanta água que daria para regar centenas de jardins. 
É tanta água que matou sementes que poderiam ter florescido, se eu tivesse aprendido como parar de chover.

Agora o sol está lá fora, as nuvens se foram e o céu retomou seu devido lugar, longe, alto, libertador. 
Mas aqui dentro o barulho ainda é de chuva no telhado.
E a previsão: muita nebulosidade durante todo o período.

Oxalá toda essa chuva se transforme no sal das lágrimas, 
e eu consiga (queira) logo entardecer como o dia, claro, brilhante e solar...

Um comentário:

Ms. Flower disse...

Espero que o Sol interior volte a brilhar bem rápido