Então, numa noite qualquer, ao se deitar para dormir, você sente que tudo está no seu devido lugar.
Estende um olhar para si e compreende que as coisas buscadas lá fora sempre estiveram dentro de você, ao alcance da mão. O castelo construído nos sonhos não é tão brilhante e atraente quanto aquele em que você já morava, mas seus olhos, acostumados, tinham se esquecido de admirar.
Entende que todo o drama e aquela dor que duraria a vida inteira não passaram de mais um pequeno aprendizado, ao lado de tantos outros.
Que seu coração não é de adamantium - porque permite ser partido- mas de um material flexível, maleável, adaptável e, acima de tudo, autocicatrizante, igual ao espírito humano.
Entende que o modo como você vive seus desejos, sonhos, prazeres, frustrações, escolhas, é seu e somente seu, ninguém pode lhe mostrar o melhor caminho, porque o perfeito para o outro não necessariamente vai ser a melhor estrada para você.
E perde o sono mais uma vez, diante de toda a compreensão. Porque no fundo é assim que funciona essa nossa vida: algumas noites as perdemos na confusão dos sentimentos, outras em sua clareza.
Creio que as escolhas que fazemos dão a real medida de nossa grandeza. Nesse momento sinto como se tivesse aberto uma grande porta e entendido, finalmente, quão longe as escolhas me levaram e quanta grandeza trouxeram.
Sou grata, muito grata.
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