terça-feira, 25 de setembro de 2007

I am Carrie




“ Eram tantas as coisas que eu não tinha feito … Nunca estive na Grécia, não tinha terminado de pintar as paredes do banheiro, não tinha estourado o cartão de credito. Diabos! As vezes me parecia que a única coisa que eu fazia era deixar a vida correr...”
(Carrie Bradshaw)

Durante um tempo, devido a particulares circunstâncias, passava minhas tardes na frente da televisão. E não posso negar que assistir tanta TV às vezes me fez pensar. Inclusive as séries de TV. Não todas as series, mais precisamente Sex and The City.

Já gostava do programa antes, mas nunca tinha me dado conta de como me identificava...Sei que não sou a única, que é uma série de tv feita exatamente pra isso, fazer com que as mulheres solteiras se identifiquem, mas isso não muda o fato que acompanhar as venturas e desventuras de Carrie e suas amigas me fez pensar pensar, principalmente em como vivo minha vida.

Algumas pessoas se transformaram ao ler um livro, ao ver uma cidade, ou uma obra de arte que marcou de forma indelével. Eu sou filha da primeira geração da babá eletrônica, aquele brilho azul que hipnotiza as crianças ( e os adultos), então não me envergonho de rever minha vida à luz de uma serie televisiva.

As vezes é como se aquelas historias sobre as quais escreve Carrie tivessem sido escritas por mim, falando das minhas amigas. O que me faz pensar: Será que as todas as mulheres solteiras de 30 e poucos anos do mundo são moradoras de Nova York, com sandálias grifadas nos pés, ou aquela roteirista encontrou a chave da psicologia feminina?

As vezes é como se tivesse vivido aquelas historias, ou no mínimo conhecesse alguém próximo que tivesse passado por algo bem parecido. Não me impressiona o fato que a maioria dos homens não consiga achar divertidas as tiradas das quatro amigas, e não consigam entender o espírito da serie. Mas afinal, se conseguissem entender, que mulher precisaria se identificar com Carrie???????

“A única coisa que busco e o amor total, ridículo, incômodo, que te consome e não te deixa pensar em nada mais…”

E claro que é uma generalização, nem todas as mulheres de trinta anos são como Carrie, ou Samantha, ou Miranda ( a maioria é como Charlotte, disso eu tenho certeza). Mas é impossível não se identificar com uma delas, e não se dar conta que você encontra todas de uma maneira ou de outra entre suas amigas. Pode ser que você não tenha uma amiga ninfomaníaca e liberada como Samantha, mas alguma que passa bem próximo, com certeza. Miranda...bem, essa é mais fácil ainda de encontrar. Não precisa nem mudar a profissão, com certeza tem aquela sua amiga advogada, workaholic e cínica, que alguns anos atrás era A B S O L U T A M E N T E contra o matrimônio e os filhos, mas que de repente conheceu aquele, “the one”, e agora está pronta pra se transferir para aquele condomínio fechado lindíssimo, e é claro reduzir um pouco o ritmo de trabalho, afinal, não é mais uma mocinha, e a vida te da outras prioridades...

Charlotte, essa tem em toda esquina. E no seu circúlo mais fechado de grandes amigas tem sempre uma, aquela otimista, com o coração de Pollyana e que esta sempre esperando que chegue o príncipe encantado, mesmo que ele seja baixinho, gordinho, careca e advogado....

Carrie...bem, eu sou Carrie. Sem as sandálias Manolo ou a bolsa Fendi (mas com um armário cheio de outras sandálias e bolsas bem mais baratinhas). Também não sou uma escritora, minha profissão é outra. O que me liga a Carrie é sua visão do mundo, das coisas e das pessoas. E aquele falso ar de quem tem tudo e é feliz, mas que na verdade gostaria de se Miranda, Samantha e Charlotte. Ao mesmo tempo.

A minha vida não é uma crônica novaiorquina, mas passa perto. Quantas vezes eu não me encantei com o homem errado, quantas vezes não acordei ao lado de algum que não me merecia, quantas noites passei em claro tentando entender porque ele não queria as mesmas coisas que eu. Quantas vezes chorei pensando porque tinha errado de novo, porque deveria começar tudo do zero mais uma vez?

“Ele se foi…e eu chorei durante uma semana. Então entendi que tenho fé. Fé em mim mesma.Fé que um dia encontrarei alguém pra quem serei eu aquela ideal...”.

Talvez seja isso que me liga a Carrie. No final das contas e apesar de tudo, eu também tenho fé. Fé que ainda conhecerei a Grécia, que terei o meu banheiro pra poder mudar a cor das paredes, que poderei estourar o limite do cartão de credito e ter como pagá-lo. E que um dia saberei com certeza que ele é “o cara”, pra quem eu serei aquela ideal, mesmo que não me convide pra viver com ele em Paris.

Mas acima de tudo, tenho fé nas minhas queridas amigas, que são a seu modo um pouco Charlotte, um pouco Miranda, um pouco Samantha. E que, assim como Carrie, posso contar com elas acima de tudo, pro que der e vier.

“ Talvez existam pessoas no mundo que te amam por aquilo que você é...eu encontrei três. Charlotte. Miranda e Samantha.”

(Escrita originalmente em set/2005)
Imagem: http://frweb.cs.uni-sb.de/~fries/Sex%20and%20the%20city.jpg

2 comentários:

Marli disse...

Oi Jana!! Nao sei se vc lembra de mim, mas participamos de uma comunidade no orkut, MI, hoje em dia nao participo mais dessa comunidade sò da divà! criei o meu Blog esses dias por que acho que é uma coisa que vai me realizar muito, sempre gostei de escrever! mas, vi o seu blog na lista da Clau e tinha certeza que vc era vc heheh! O problema de ler o seu blog é que vc oensa muito como eu e ja abordou temas que quero abordar tenho medo de parecer que estou copiando entende hehehe!! Beijos

Anônimo disse...

Há muito vc não escreve uma coisa sua... quem sabe nas férias?