quinta-feira, 30 de junho de 2011

Sobre impermanência, amor e Blue Valentine

 
Há algum tempo a questão da impermanência  vem permeando meus pensamentos. Aceitar  o fato de que as coisas (e principalmente as pessoas)  não nos pertencem e que o fluxo natural  é o ciclo vida-morte-vida está no centro das minhas questões atuais.

Temos dificuldade em lidar com a finitude, especialmente das nossas relações pessoais, seja pela morte de quem amamos, pelo afastamento físico ou pelo exaurimento do amor. E por sermos, em nossa grande maioria, seres que lidam de forma atravessada com as mudanças e os ciclos naturais da vida, quando nos vemos diante do fim inevitável nos agarramos a qualquer esperança de salvação, mesmo sabendo, no fundo, ser aquele o único caminho possível.

 Nas relações amorosas temos essa sensação/necessidade de forma mais intensa. É extremamente difícil colocar o ponto final no amor, mesmo quando somos a parte que tem certeza de ter chegado o momento, fica sempre aquela sensação do "e se". Mas não há espaço para o "e se" quando o amor tem que terminar.  

Então, no meio dos meus pensamentos sobre a impermanência no amor, assisti a um filme que faz uma fotografia, muito bela e precisa, da separação e do fim do amor: Blue Valentine. No Brasil foi traduzido como "Namorados para Sempre", e essa escolha infeliz acabou me fazendo pensar que no fundo é o que todos queremos: continuar como namorados para sempre, com a cegueira da paixão dos primeiros tempos, que nos faz acreditar que pode ser eterno. Permanente. 

Acabei escrevendo uma crítica sobre o filme, como exercício depois de ter feito o Curso de Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica com Pablo Villaça . Não tenho a intenção de transformar esse num blog sobre cinema,  mas acho que publicar essa crítica aqui faz todo o sentido.  O próximo post é dedicado a ela.



Um comentário:

Adriana ♣* disse...

Ótimos posts...

Infelizmente é essa a realidade: contamos que é eterno.

:(