terça-feira, 14 de setembro de 2010

Sobre sincronicidade e amor

Já escrevi aqui sobre sincronicidade e cada vez mais creio que não existe acaso, coincidências. Não quero dizer com isso que ache que o “destino”, aquele cara que anda com um livro enorme nas mãos anotando e riscando o que acontece, é quem governa nossas vidas. Não é bem isso. Mas certas coisas têm que acontecer e acontecem no momento exato em que precisamos delas... Isso é sincronicidade. Como os encontros inesperados que nos mostram que a beleza esteve sempre lá, você é que não estava conseguindo enxergar.

No último feriado estava em Brasília e fui assistir a Orquestra do Goran Bregovic. Música para Casamentos e Funerais, super pertinente para o meu momento de vida, de morte e renascimento...rs. No meio do show, por um desses momentos de sincronicidade, avistei um amigo.

Um amigo que me conhece há uns 28 anos (detestava quando ele me apresentava assim, ‘ela é minha amiga há xx anos’, me sentia uma idosa...) e que, pelas idas e vindas de nossas vidas, encontrei e desencontrei várias vezes no passar dos anos. Tantos desencontros que teve uma época em que cheguei a ser chamada de ex-amiga...

Quando conversamos, como se não tivesse passado tanto tempo, ele disse que me havia (re)conhecido lá na Praça da República  e que eu brilhava. A última coisa que eu esperava era que alguém enxergasse brilho em mim naquele momento. Mas o olhar do amigo que me conheceu aos 8, aos 15, aos 22, aos 30, reconheceu o que eu mesma não enxergava mais.

Estamos em momentos de vida parecidos, momentos de nos desfazermos do que não serve mais, de deixar para trás o que não nos faz bem, que não nos traz crescimento. Momento de aprender a ser feliz e aceitar que merecemos isso.

Voltar a Brasília agora, passado tão pouco tempo que a “deixei”, provocou sensações estranhas e contraditórias. Não foi um “mar de tranqüilidade”, esteve mais para um “vale de lágrimas”. Mas uma das coisas boas e mágicas dessa visita foi, sem dúvida, reconhecer e ser reconhecida no meio da praça.

Depois de conversarmos e de desfiar meu rosário, ele me escreveu:
“Sobre a nossa conversa de ontem e sobre dar e receber amor, está claro para mim que o universo exige de nós dois que é hora de ser adulto, Jana.
E ser adulto não é querer receber amor de quem desejamos, é dar amor incondicionalmente (sem, claro, jogar pérolas aos porcos). Quem merece o seu amor? Ou melhor, como cada um que passa por sua vida merece o seu amor? E o que e a quem você pode corresponder?

O amor adulto depende, por incrível que pareça, de um tanto de razão - mas não de racionalizações, de especulações grande parte das vezes vazias. Depende de reconhecermos os propósitos da vida.

Qual a razão do que você sente e o que seu coração anseia? É aí que se encontra a resposta (...)”

Espero que toda a sincronicidade que permeou esse encontro ajude a colocar dentro de mim, definitivamente, as sábias palavras do meu amigo.

É Cris, a partir de agora, interessa o amor que a gente dá.


* Para Cristiano, com amor.

4 comentários:

Cris Torres disse...

Amei, mas toma cuidado, porque eu sou leonino, olha lá!

Flor de cactos disse...

Esse texto me conforta,me faz acreditar de não estou ficando louca.Um amor da adolecência,que volta depois de 23 anos,nos dois envolvidos com amores vampirescos,e pouco felizes.Nossas historias dariam um livro cheio de eventos de sincronicidades.Meu coração bate entre o amor e a razão.Bjs!!!Desabafo...

Coelha disse...

Sim, você brilha, moça. Nunca duvide disso. :)

Adriana ♣* disse...

Uma vez conversando com uma fisioterapeuta ela me disse que encontrou o amor no melhor amigo dela...

Eles eram super amigos... ela namorava... ele namorava...

Até que um dia eles se beijaram... e 1 anos depois casaram...

:D

Quando li essa sua história... esse amigo há 28 anos...

Lembrei dessa história da fisioterapeuta...

Ela disse: tem vezes que o amor está do nosso lado, mas não percebemos...