quarta-feira, 9 de maio de 2007

Mudanças




As mudanças são parte integrante da nossa vida. Acontecem diariamente, e não nos resta nada a fazer senão encará-las, vivenciá-las, aprender com elas. Mas algumas mudanças provocam mais alterações do que outras e, entre essas, talvez a mais dolorosa e transformadora seja a mudança em sentido estrito: fazer as malas e enfrentar o novo.
Existem pessoas que passam a vida inteira morando na mesma cidade, bairro, rua, ou casa em que nasceram. Elas nunca experimentaram a dor e a delícia de colocar numa mala os sonhos de viver uma vida diferente, em uma terra distante (ainda que a terra distante fique há poucas centenas de quilômetros). Não sei se são pessoas mais ou menos felizes, mas acho que pra mim essa vida não serviria. É claro que eu também não sou o modelo ideal, pois durante a maior parte da minha vida fiz exatamente o oposto, mudando de casas, de cidades, de estados, até de país. A alma cigana de meus pais, e depois a minha própria, me impulsionam a querer sempre experimentar o novo, o diferente. E, quando a alma chama, não sei como dizer não...
Mas voltemos ao princípio. Quando resolvemos que é hora de transformação, não há como não pesar o quanto nos custará enfrentar a mudança. E quando se trata de deixar para trás família, amigos, uma vida estabilizada e à qual somos tão apegados, o sofrimento é inevitável. E nos questionamos sobre como será, como conseguiremos criar uma nova vida num lugar distante, como poderemos ser plenamente felizes deixando para trás as coisas que nos são tão caras. A resposta é simples: não podemos saber.
Não há como prever o que acontecerá aos nossos corações e mentes a cada mudança, e é precisamente por isso elas são tão dolorosamente importantes. Porque nos colocam em contato com o desconhecido - fora e dentro de nós mesmos – e nesse processo descobrimos que somos capazes de nos reinventar, de nos adaptar e criar uma vida nova em folha.
Os amigos que deixamos para trás permanecem dentro de nós. E pras amizades verdadeiras não existe distância (nós sabemos bem disso, não é, Docinha?). Pode até parecer piegas, mas é assim mesmo que funciona. Podemos ter a certeza de voltar e encontrá-los, talvez sentados naquele mesmo bar, talvez não. Mas seguramente prontos pra dividirem conosco a cerveja gelada e ouvirem as histórias da nossa aventura.
Por isso não tenha medo da mudança. Se a oportunidade aparecer, faça as malas. Coloque dentro seus sonhos, as fotos dos amigos, seu ursinho de pelúcia ou cobertor que o acompanha desde pequenino, e ponha o pé na estrada. A delícia do novo, do inesperado,de crescer como pessoa, supera com folga a dor de deixar uma parte de nós para trás.

*Para minha doce amiga Flávia, que mais uma vez fez as malas pra enfrentar o desconhecido ;).

Brasília 27/04/2007

5 comentários:

Anônimo disse...

Opa... estou passando aqui para dar um beijão na minha irmãzinha... saudades mil

Ms. Flower disse...

Oi prima! Bom poder ter notícias suas mais frequentes!
Beijão e sucesso no seu blog!

Albatroz disse...

Maria, mudanças são de fato necessárias... desde que para melhor. Por onde vc anda?

Beijo!

Albatroz

Claudia Souza disse...

Jana, to feliz de te ver assim por escrito. Sei brava. Esse texto das mudanças, principalmente, caiu como uma luva pra mim. Virei te visitar sempre... Ja te linkei no meu blog. De vez em quando, me visita também, ta?? Claudia

Lucio disse...

bueníssimo. hay que tener la alma viajeira pero sin perder la ternura jamás! ;)