sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Ainda sobre escrever

" Eu não sou poeta nem quero ser
A canção eu fiz pra sobreviver
Coração aperta, canto pra respirar
Toco minha viola pra poder sonhar..."
(O que eu não sou -Isadora Medella- As Chicas)


 Pra quem não conhece As Chicas, recomendo. Essa canção está no cd delas, "Quem vai comprar esse barulho". Ontem um amigo me perguntou qual canção eu mais gostava. A primeira que me veio na cabeça não foi essa, mas depois acabei mostrando para ele e disse: "não sei porque gosto tanto..."

Imediatamente eu mesma entendi o porque: Assim como ela, a compositora, que diz não ser poeta nem querer ser, que canta para sobreviver, também eu não sou escritora ( talvez queira ser...), mas escrevo para sobreviver. O coração aperta, escrevo para respirar. Traço minhas linhas pra poder sonhar.

Claro que gosto que me leiam, dos comentários, dos elogios. Mas não é esse o objetivo. O objetivo mesmo é me libertar. Às vezes sinto como se as palavras pudessem me sufocar se eu não escrevesse, como se precisassem desesperadamente sair e encontrar seu lugar no mundo. Outras vezes, são como um mar de águas calmas, imenso mas tranquilo e que precisa ser revolvido, tomando as forma das linhas. De qualquer maneira que se apresente, libertar minhas palavras se tornou a principal forma de encontro com o que sou. Até mesmo porque "o papel tem mais paciência do que as pessoas".*

* O diário de Anne Frank

Um comentário:

Achilles de Leo disse...

Janaína, eu descobri uma coisa interessante nesses últimos anos. Apesar da quantidade de histórias parecidas que vemos diariamente em todos os blogues, sites e jornais, é curioso como eventualmente encontramos alguém que nos toca de forma especial - apesar de dizer o mesmo que outros já disseram e dirão.

Um bom exemplo de como histórias comuns podem nos comover é o impecável video da Pixar, o It Gets Better. É tão comum ouvir aqueles depoimentos, estão em mil lugares. Mas ali foi diferente. Aquelas pessoas, aquela montagem, aquelas palavras nos comoveram.

Por isso, se eu tivesse que aconselhar, diria para nunca deixar de alimentar o seu blog - ou os seus dedos escritores.

Mas felizmente não preciso dizer porque você já escolheu isso.

Mais feliz do que você, fico eu pela sua visita. O Pablo mal sabe o quanto influencia a vida de muitas pessoas diariamente. Ele é vaidoso, quase metido, às vezes chato. Mas é um homem bom, forte e adorável. E isso significa tudo.

As palavras sadias estão saindo aos poucos, mas sempre. Em breve te darão oi.

Um beijo. E boas palavras.